A quimioterapia pode dar constipação? Entenda como lidar com esse efeito colateral
Durante o tratamento oncológico, a quimioterapia é uma das abordagens mais comuns para combater o câncer.
No entanto, além de suas funções terapêuticas, ela pode trazer uma série de efeitos colaterais, e um deles é a constipação.
Neste artigo, exploramos como a quimioterapia pode levar à constipação, suas causas e como gerenciá-la de forma eficaz.
O que é constipação e como ela relaciona-se com a quimioterapia?
Constipação é um distúrbio gastrointestinal caracterizado pela dificuldade em evacuar fezes, que se tornam duras e secas.
Esse sintoma é relatado por aproximadamente 16% dos pacientes em tratamento com quimioterapia, com 5% enfrentando constipação grave e 11% moderada.
A relação entre quimioterapia e constipação pode ser complexa e envolve diversos fatores:
1. Distúrbios nas secreções intestinais: a quimioterapia pode alterar a secreção de fluidos intestinais, afetando a consistência das fezes.
2. Diminuição da motilidade gastrointestinal: alguns medicamentos quimioterápicos podem reduzir a movimentação do trato gastrointestinal, dificultando o trânsito das fezes.
3. Mudanças no eixo intestino-cérebro: a interação entre o sistema nervoso e o trato gastrointestinal pode ser alterada pela quimioterapia, influenciando a função intestinal.
4. Quimioterápicos associados: drogas como gencitabina, cisplatina, oxaliplatina, talidomida, vinblastina e vincristina são frequentemente associadas à constipação.
5. Outras causas: medicamentos antieméticos (para náuseas), opioides e suplementos como ferro e cálcio também podem contribuir para a constipação.
Como gerenciar a constipação durante a quimioterapia?
Gerenciar a constipação é essencial para manter a qualidade de vida durante o tratamento.
Aqui estão algumas estratégias eficazes:
1. Atividade física regular: se possível, pratique caminhadas leves após as refeições para ajudar a estimular a função intestinal.
2. Aumento da ingestão de líquidos: consuma de 8 a 10 copos de água diariamente para manter as fezes mais hidratadas e facilitar a evacuação.
3. Dieta rica em fibras: inclua alimentos ricos em fibras como grãos integrais, cereais integrais (aveia, psyllium), frutas e vegetais crus, legumes e leguminosas. Também é benéfico consumir frutas secas, sementes e nozes. Lembre-se de deixar as leguminosas de molho por 12 horas e trocar a água pelo menos 2-3 vezes.
4. Biomassa de banana verde: adicione a sua dieta para aumentar a ingestão de fibras e promover a regularidade intestinal.
5. Evite alimentos constipantes: reduza o consumo de alimentos como banana, maçã e pêra sem casca, caju, jabuticaba, goiaba, batatas, inhame, aipim, tapioca, chá preto, e alimentos que causam gases como brócolis, couve-flor, ervilha, repolho, bebidas gasosas e laticínios.
6. Uso de almofadinhas térmicas: aplique uma almofadinha térmica de ervas na região abdominal por 10 a 15 minutos para aliviar o desconforto.
7. Massagem abdominal: realize massagens na área abdominal com um óleo de massagem ou hidratante, adicionando uma gotinha de óleo essencial, como capim-limão, hortelã, laranja ou gengibre. Faça movimentos circulares no sentido horário.
8. Receitas de coquetéis laxativos: experimente coquetéis laxativos caseiros.
9. Suplementos: considere o uso de módulos de fibra, probióticos ou suplementação de magnésio, conforme orientação de um nutricionista.
10. Uso de laxantes: se necessário, utilize laxantes prescritos pelo seu médico e entre em contato com ele se não conseguir evacuar em até 3 dias.
A constipação é um efeito colateral relativamente comum da quimioterapia, mas pode ser gerenciada eficazmente com uma combinação de mudanças na dieta, estilo de vida e, quando necessário, intervenção médica.
Se você estiver enfrentando dificuldades persistentes, não hesite em buscar orientação médica para ajustar seu tratamento e obter o suporte necessário.
Lembre-se de que manter uma comunicação aberta com sua equipe de saúde é crucial para adaptar o tratamento e lidar com os efeitos colaterais de maneira adequada.
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