Câncer de mama e gravidez: entenda os desafios que envolvem o tratamento

Receber o diagnóstico do câncer de mama é difícil em qualquer período da vida. Porém, quando isso acontece durante a gravidez, as preocupações e os desafios são ainda maiores.

Isso acontece porque as opções terapêuticas tornam-se mais complexas, tendo em vista que o tratamento precisa levar em consideração a cura da mãe e a segurança do bebê. Portanto, o tipo de tratamento, o momento de cada intervenção e as terapias necessárias devem ser escolhidos com o dobro de cautela, lembrando sempre de proteger a vida da mãe e do feto.

Então como seguir com o tratamento? Quais os desafios enfrentados? É possível engravidar após o câncer? Deixa que a gente te explica tudo isso a seguir.

Diagnóstico do câncer de mama durante a gravidez: o que você precisa saber

Estatisticamente, cerca de 5 a 15% dos tumores de mama são diagnosticados em pacientes jovens, ainda em idade reprodutiva. Já durante a gravidez, as chances são menores ainda. Segundo o Instituto Oncoguia, apenas 1 em cada 3000 mulheres recebe o diagnóstico do câncer de mama durante a gestação. 

Quando isso acontece, o tumor é chamado de câncer de mama gestacional ou câncer de mama associado à gravidez.

O problema é que, durante a gravidez, torna-se mais difícil diagnosticar um câncer de mama. Afinal, o corpo passa por diversas alterações hormonais, que podem causar mudanças na textura e no formato das mamas. Desse modo, tanto a paciente quanto o médico podem deixar de perceber um nódulo.

É por isso que, quando uma grávida descobre o câncer de mama, muitas vezes ele está em uma fase mais avançada. E aí, o que fazer?

Como é o tratamento do câncer de mama na gravidez?

 O tratamento do câncer de mama durante a gravidez irá depender de uma série de fatores, como o tamanho e localização do tumor, o tempo de gestação, o estado de saúde da mulher e suas preferências pessoas.

O médico deve sempre informar a paciente sobre os riscos envolvidos tanto para ela quanto para o feto, pois algumas terapias de combate ao câncer são contraindicadas durante a gestação. No geral, as intervenções mais seguras são a cirurgia e a quimioterapia. Já a radioterapia e as terapias alvo são mais indicadas após a gravidez. 

Porém, é importante lembrar que a quimioterapia é mais segura para o bebê quando realizada nos últimos meses da gestação, não sendo tão segura no início. Caso seja necessário realizar a quimio no início da gravidez, a mulher pode ser aconselhada a pensar em interromper a gestação.

É por isso que, antes mesmo de iniciar o tratamento, ele deve ser planejado com a união do obstetra, do oncologista e até mesmo de um psicólogo. 

Já no caso da cirurgia, ela pode ser realizada bem no início da gravidez, pois causa pouco risco para o feto. Ela pode ser feita de duas formas: com a remoção completa do seio (mastectomia) ou com a cirurgia conservadora, que remove só a parte do seio que contém o tumor. Todavia, nesse segundo caso, é mais indicada a cirurgia no final na gestação, pois pode ser necessário complementar o tratamento com radioterapia, que só deve ser feita após o parto. 

E depois do câncer de mama, é possível engravidar?

Um ponto muito importante nesse estágio é que os médicos recomendam não realizar a amamentação logo após o tratamento do câncer de mama. Isso porque muitos medicamentos quimioterápicos, hormônios e terapias alvo podem chegar ao leite materno e serem consumidos pelo bebê.

Nesse caso, a mãe que engravidou durante o tratamento do câncer de mama ou então que descobriu o câncer durante a gravidez deve procurar bancos de leite para amamentar o bebê.

Agora, para quem quer engravidar após o tratamento, o ideal é esperar de dois a três anos. Este tempo é recomendado tanto para a segurança da paciente quanto do possível bebê. O principal objetivo é evitar uma recidiva e qualquer surpresa negativa durante a gestação.

É por isso, também, que é indicado evitar a gravidez durante o tratamento do câncer de mama. Todos esses cuidados visam promover uma vida longa e saudável para o bebê e para a mãe após o câncer de mama!

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Câncer de mama e uma gravidez. O que fazer? Desistir ou viver? Meu nome é Ana Lucia Floriano e esse foi o meu dilema.

Entre julho e agosto de 2008, fui diagnosticada com câncer de mama. Tinha 42 anos e meu sonho de ser mãe já tinha acabado, pois devido a problemas de saúde, eu sabia que nunca poderia engravidar… Como se não bastasse isso, agora estava com câncer de mama.

Quando decidi começar o tratamento do câncer, veio a surpresa: descobri que estava grávida. Grávida? Era “impossível”, de acordo com os médicos da terra. Minha cabeça ficou a mil, mas a alegria tomou conta do meu coração e do meu esposo. Essa alegria foi tão grande que acabei esquecendo do câncer. Quando caiu realmente a ficha, fui ao médico, onde disseram que era impossível essa gravidez… Passei por 3 médicos oncologistas, fiz vários exames, passei em ginecologistas, e os meses iam se passando  e a barriga crescendo…       

A Ana relata que mesmo com todas as dificuldades, levou a gravidez e o tratamento em conjunto. Sua filha foi um verdadeiro milagre na vida dela, um presente junto com a cura do câncer. 

É claro que a luta não foi fácil. Mas com otimismo e com o apoio de profissionais que respeitaram as vontades dela, tudo deu certo no final. 

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Fontes: Oncoguia e Clínica Gênesis

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