Câncer e obesidade: como o controle do peso impacta na doença

Segundo dados do Ministério da Saúde, seis em cada dez brasileiros estão acima do peso. Isso significa que cerca de 96 milhões de pessoas, apenas no Brasil, estão na faixa do sobrepeso ou da obesidade.

Esse é um dado muito preocupante, principalmente quando levamos em consideração que a obesidade é um dos principais fatores de risco evitáveis para o câncer, só perdendo para o cigarro.

Mas afinal, qual é a relação entre câncer e obesidade? 

Ao realizar uma comparação entre pacientes com IMC (Índice de Massa Corporal) normal e os pacientes obesos, é possível perceber uma relação entre o excesso de peso e o surgimento do câncer. 

Isso acontece porque a obesidade é uma condição “inflamatória”. Essa condição desencadeia a produção de algumas proteínas que deixam o indivíduo em um permanente estado inflamatório, o que possibilita a proliferação celular e  predispõe a pessoa ao câncer. 

Além disso, pessoas obesas apresentam maiores níveis de insulina no sangue, e isso estimula o crescimento das células, sejam elas cancerosas ou não. 

Existem alguns tipos de câncer que apresentam um risco maior de se desenvolverem em pacientes obesos. São eles: 

• câncer de mama;

• câncer colorretal;

• câncer de próstata;

• câncer do fígado;

• câncer do ovário;

• tumores no endométrio;

• tumores no pâncreas.

No entanto, os dois últimos ainda exigem pesquisas mais profundas para comprovação mais precisa. Apesar disso, o risco é grande para os outros tipos de câncer, especialmente o de mama, que tende a aparecer em mulheres pós menopausa e obesas.

Vale lembrar que, além do câncer, a obesidade também causa diabetes, hipertensão arterial e problemas cardíacos. Desse modo, a prevenção e controle da obesidade é fundamental para reduzir a incidência de câncer e de vários outros problemas de saúde.

A obesidade durante o tratamento do câncer

Para quem já está na fase do tratamento contra o câncer, a obesidade é um sério complicador. Além do excesso de peso dificultar o tratamento, essa condição também aumenta as chances de retorno da doença.

Por isso, o controle do peso corporal é indispensável, e deve ser feito antes, durante e após o tratamento. E o mais importante: deve ser feito para se evitar que a doença se desenvolva, dispensando o tratamento.

Ter uma alimentação saudável é uma das principais formas de prevenção, tanto contra a obesidade quanto contra o câncer. Além disso, ser fisicamente ativo e evitar o consumo de bebidas alcoólicas também é essencial, pois proporcionam um estilo de vida saudável a longo prazo.

A história da Elaine

Elaine Cristina Pereira de Magalhães é uma das várias pacientes do Instituto Peito Aberto. Ela descobriu o câncer em 2018, aos 50 anos de idade. Ao todo, foram 8 meses de tratamento, passando por uma cirurgia, 33 sessões de radioterapia, 3 ciclos de quimioterapia vermelha e 3 ciclos de quimioterapia branca.

Mas o maior desafio de todos foi o sobrepeso, como relata Elaine:

Tive que passar por uma cirurgia de redução de estômago, meu oncologista foi quem me indicou a fazer, pois o câncer que tive foi devido a obesidade. Tudo tem um propósito, tive que passar por tudo isso para mudar meu estilo de vida. 

Mudei minha alimentação, comecei a fazer atividades físicas, estou cuidando da minha saúde e me amando a cada dia com minhas conquistas. Hoje, sei da importância de que todos temos que ter uma alimentação saudável, atividades físicas e também cuidar do nosso emocional. 

O câncer não veio para me matar, veio para mudar a minha vida.

Elaine antes e depois do tratamento.

Hoje em dia, Elaine é uma mulher mais ativa, praticando atividades como caminhada, corrida, musculação, pilates e remada.

Que possamos nos inspirar na Elaine e transformar a nossa vida para a melhor, tomando sua história como exemplo para mudar nossos hábitos antes que seja tarde demais. 

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