Assumi minha careca, sentindo-me linda e maravilhosa, porque os cabelos crescem de novo.
Olá, sou Maura Regina Passos Teixeira, tenho 62 anos. Hoje quero compartilhar minha história com vocês, na esperança de inspirar e fortalecer todas as mulheres que estão enfrentando a batalha contra o câncer de mama.
Em julho de 2019, durante um banho, senti um pequeno caroço na minha mama direita. No começo, não dei muita importância, mas após uma semana, o caroço ainda estava lá. Foi então que pensei: “Algo estranho está acontecendo comigo”. Estava em Santarém, no Pará, em uma viagem de trabalho. Quando voltei para casa, decidi fazer exames de mama.
Os resultados mostraram a suspeita de um nódulo na mama direita, e foi solicitada uma biópsia para investigação. Naquela época, eu tinha 59 anos. No dia 20 de dezembro de 2019, recebi o resultado da biópsia: um nódulo maligno. Senti como se o chão tivesse desabado sob meus pés. Entrei no carro e chorei muito, pensando apenas no que iria acontecer comigo, imaginando o pior.
No entanto, ao tentar me recuperar da notícia, lembrei que não estava sozinha. Eu era apenas mais uma pessoa enfrentando essa batalha e sabia que poderia superar tudo isso. Como estávamos próximos ao Natal, prometi a mim mesma que não choraria ao contar para meu filho e parentes. E consegui! Não sei de onde tirei tanta força, mas sei que Deus estava sempre ao meu lado. Decidi que aquele Natal e Ano Novo seriam de muita festa, e foi exatamente o que aconteceu.
Em 19 de março de 2020, no início da pandemia, comecei a quimioterapia: quatro sessões de quimioterapia vermelha e doze de quimioterapia branca. No dia 13 de outubro de 2020, fiz a cirurgia de quadrante, e felizmente não foi necessário retirar a mama. Em dezembro de 2020, iniciei a radioterapia, totalizando 19 sessões. Foram nove meses intensos de tratamento.
Tive algumas reações à quimioterapia, mas consegui superar, pois trabalhei muito meu psicológico para não me abater. Meus cabelos caíram, sim, mas meu filho e sobrinho também rasparam a cabeça em solidariedade, me dando o maior apoio. O que me deixou mais feliz foi quando minha netinha Isabella disse: “Vovó, você ficou tão linda carequinha”. Com isso, assumi minha careca, sentindo-me linda e maravilhosa, porque os cabelos crescem de novo. Foi muito amor envolvido.
Hoje, continuo fazendo consultas e exames de revisão a cada seis meses e tomo uma medicação que devo seguir por cinco anos. Sou imensamente grata pelo apoio e força dos meus familiares e amigos, e ao Instituto Peito Aberto pelo acolhimento, carinho e força. É muita gratidão que sinto.
Meu recado para todas as mulheres que estão fazendo ou vão começar a fazer o tratamento é: não tenham medo da quimioterapia. A quimioterapia são as gotinhas da vida. Vamos nos cuidar e nos amar.
Muito obrigada, meu Deus, por tudo.