Hoje, eu me considero uma vencedora contra o câncer de mama
Olá! Meu nome é Claudia Xavier Pereira de Morais, tenho 46 anos. Sou casada e tenho uma filha de 20 anos, atualmente moro em Paranaguá.
Tudo começou em junho de 2019, quando fui dormir achando ser mais um dia normal, mas ao acordar pela manhã, tive uma surpresa não muito agradável. Eu senti minha mama direita como se estivesse com leite empedrado, apesar de não ter nódulos, toda a mama estava bem dura. A princípio pensei que poderia ser pela posição em que dormi e que consequentemente causou esse incômodo. Por sorte, na mesma semana eu tinha ginecologista marcado, onde passei pela Dra. Márcia no programa saúde da mulher. Lá ela me examinou e logo em seguida já solicitou uma biópsia, confesso que isso já me assustou a princípio.
Tive que fazer a biópsia o mais rápido possível para saber o diagnóstico, mas no fundo já sentia qual seria o resultado do exame. No dia 25 de julho, coincidentemente, aniversário da minha mãe, fui acompanhada dela e da minha filha ao consultório da Dra. Ana Carolina, quando entrei na sala ela me falou: “não tenho boas notícias”, e eu já disse à ela logo em seguida: “já sei o que é”.
Depois disso, veio a confirmação de que realmente era câncer de mama e o que teria que ser feito dali em diante. Fui encaminhada para Curitiba para fazer todos os exames e acompanhamento. Ao receber a confirmação, foi como se tivesse aberto um buraco que parecia não ter fim, daí em diante já não consegui assimilar mais nada do que ela falava, só lembro que me falou: “você terá a oportunidade de tratar e mudar alguns hábitos que irão te ajudar nessa fase”. Quando saí da sala parecia que estava anestesiada.
Contei para minha mãe e minha filha. Minha mãe não aceitava e chorou muito mas disse à ela: “mãe, queria eu ser a última mulher a ter esse diagnóstico mas pena que não sou, então vamos seguir a vida, pedir forças para Deus e Ele nos ajudará a vencer essa batalha”. Comuniquei à toda família e de imediato alguns familiares, quando cheguei em casa já estavam todos lá pra me dar apoio e dizer que estavam juntos comigo.
Passado alguns dias fui à psicóloga, no postinho de saúde. Lá ela me falou sobre o Instituto Peito Aberto que ajudava as mulheres com o mesmo diagnóstico, ela comentou que seria bom para mim e que ali eu encontraria mulheres que já sentiram na pele o que eu iria passar, me dariam total apoio e cuidado. Fiquei alguns dias não querendo ir até o instituto, na minha cabeça eu chegaria lá e iria ter um choque com mulheres sem cabelo e eu não estava preparada para ver essa cena ainda.
Depois de 15 dias resolvi ir ao Instituto. Fiquei chocada com a recepção das meninas pois pude me sentir acolhida e amada por todas que estavam lá naquele dia, isso nunca sairá da minha memória, a Fabi aproveitou e me levou pra conhecer os projetos que elas oferecem às mulheres em tratamento. Nesse dia, eles estavam com visitas de alunos de uma escola, perguntaram se podiam me dar um abraço e a cada abraço uma frase: “tia, você vai vencer”, “tia, você é guerreira”, e escutar essas frases me deram força naquele dia maravilhoso que passei lá. Agora faço parte da família Instituto Peito Aberto com muito orgulho, pois ali tive o apoio que precisei e ainda preciso.
Fiz 4 quimioterapias vermelhas, 12 brancas e 19 radioterapias. Algumas reações difíceis que achei que não conseguiria passar mas Graças a Deus consegui e logo em seguida fiz minha cirurgia, em Junho de 2020 em meio a pandemia. Outra aflição pq tive que ficar no hospital e o medo de contrair esse vírus recém operada era terrível, mas Deus cuidou de mim em rodo esse tempo e ainda cuida. Hoje estou em tratamento com a medicação que devo tomar por 5 anos, mesmo assim só tenho gratidão por tudo que passei e hoje tento ajudar, levando uma palavra de encorajamento e força para as mulheres que passam por esse momento tão difícil mas que pode ser superado, tudo depende de como você encara tudo isso. Hoje, eu me considero uma vencedora contra o câncer de mama. Minhas palavras que definem o momento são: Fé e Gratidão.