Especial de Dia das Mães: O Milagre de Ana Lúcia
Episódio 1
Essa é uma história de amor, fé e luta que vamos contar em três partes. Prepare seu coração!
Ana sentiu literalmente o que é o chão se abrir entre os pés quando recebeu o diagnóstico do câncer de mama. Mas ela não tinha nem ideia do que Deus estava preparando para ela desde o princípio.
Enfermeira, casada, mãe de um jovem de 20 anos e extremamente vaidosa, Ana enfrentava agora seus piores medos, ou o que pelo menos pareciam ser seus piores medos: A ideia de realizar a retirada da mama e a perda dos cabelos por conta da quimioterapia.
Em consulta com o oncologista, após diagnóstico, Ana escuta a orientação:
– Aninha, vamos fazer a cirurgia já. Vamos fazer os exames pré-operatórios e já tiramos a mama. Depois nós vemos o resto.
– Mas que resto Dr.?
– Você vai tirar a mama, vai fazer quimioterapia, vai fazer radioterapia, vai fazer todos os procedimentos.
– Não Dr. Não vou fazer isso, jamais. Eu ficar sem mama? E quimioterapia? Eu sei que cai cabelo, cai tudo. Jamais. Não vou fazer de jeito nenhum.
Ana não podia imaginar a ideia de perder o seio e seus cabelos. Ela sempre teve cabelo enrolado e bem preto e tinha acabado de conseguir seu cabelo dos sonhos, loiro e liso. Não podia perder os fios tão desejados.
Mais tarde, um pouco mais calma depois de conversar com sua família, Ana concordou em realizar a cirurgia. Mas nessa altura, tinha convicção de que não enfrentaria de forma alguma a quimioterapia. Profissional da enfermagem, Ana já sabia quais eram os efeitos do procedimento.
– Eu trabalho na área, eu sei, acaba cabelo, cílios, sobrancelha, unhas, tudo. Eu não vou fazer isso.
Ana fez então todos os exames pré-operatórios, exceto um: O Raio-X do Abdômen. Seu médico disse na época que esse ela poderia fazer um dia antes da cirurgia.
O dia da cirurgia se aproximava e Ana buscava coragem para contar a sua mãe sobre o câncer de mama. Três dias antes da cirurgia, resolveu ir até a casa de sua mãe decidida a contar. Porém, quando chegou lá encontrou mãe e cunhada em uma conversa delicada e preferiu não interferir. Talvez na época tenha sido um alívio postergar a notícia por mais um tempo.
A mãe de Ana ainda insistiu para ela ficar. Mas ansiosa Ana foi embora antes mesmo de ouvir o pensamento de sua cunhada.
– Nossa a Ana estava tão bonita né? Parece que está com cara de grávida.
Aqui fazemos uma pausa na história. Ana relembra que depois de seu primeiro filho, passou pelo sofrimento de 3 abortos e os médicos já haviam afirmado que ela nunca mais poderia engravidar.
Mais tarde Ana recebe a ligação de sua mãe:
– Filha a mãe está em casa agora. Quer vir aqui?
– Oi mãe. Tá bom, já vou aí.
– Mas eu já sei o que você quer me contar.
– Sabe mãe? Como?
– Você veio contar para a mãe que você está grávida.
Ao ouvir a afirmação da mãe, Ana caiu no choro e ali mesmo por telefone revelou a verdade:
– Não mãe. Quem disse para a senhora que estou grávida?
– A Jô falou que você estava muito bonita, com cara de quem está grávida.
– Antes fosse mãe. A senhora sabe que eu não posso mais ter filhos. Eu estou indo aí mãe falar com a senhora, porque estou com câncer na mama e vou operar nessa sexta-feira.
Mesmo sabendo da notícia a mãe de Ana continuava afirmando que ela estaria grávida.
E depois daquele dia a pulguinha se instalou atrás da orelha de Ana que decidiu, mesmo com todas as afirmações de seus médicos de que jamais engravidaria novamente, realizar o exame de gravidez dois dias antes de sua cirurgia.
Continua…