Segundo câncer: você já ouviu falar?

Mulheres que já enfrentaram o câncer de mama normalmente ficam com a saúde mais fragilizada, sendo acometidas por uma série de problemas de saúde. Além disso, sentem a preocupação de acabar tendo que enfrentar o câncer novamente. Se ocorre de voltar após o tratamento, chamamos de recidiva, mas há o caso, que é do que iremos falar hoje, do chamado “segundo câncer”, quando surge um novo tipo ou em uma área diferente do corpo. 

Quem já passou pelo câncer de mama pode ter qualquer tipo de segundo câncer, mas a probabilidade para outros tipos de cânceres são maiores, como:

 • Um segundo câncer de mama, normalmente na mama que não foi afetada anteriormente;

 • Câncer das glândulas salivares;

 • Câncer de esôfago;

 • Câncer de estômago;

  Câncer colorretal;

 • Câncer de útero;

  Câncer de ovário;

 • Câncer de tireoide;

 • Sarcoma de partes moles;

 • Melanoma;

 • Leucemia mieloide aguda (LMA).

Lembrando que um segundo câncer é diferente de uma recidiva. Enquanto a recidiva se trata do mesmo tipo de câncer, um segundo câncer é uma nova doença que se originou em outra localidade do organismo.

Conheça os fatores de risco para um segundo câncer

1) Fatores genéticos

Os fatores de risco genéticos normalmente possuem um papel importante nisso. Podemos usar como exemplo as mulheres que possuem mutação em um dos genes BRCA, pois a probabilidade de terem câncer de mama, câncer de ovário e alguns outros tipos de câncer são altos.

2) Radioterapia

Mulheres que fizeram radioterapia após a mastectomia têm maior chance de desenvolverem câncer de pulmão. Cresce ainda mais as chances em mulheres que fumam. Em contrapartida, esse risco não parece ser maior em mulheres que fizeram radioterapia após a mastectomia.

Além disso, ocorre a possibilidade de um sarcoma. A radioterapia na região da mama dá um pequeno risco de angiosarcomas, osteossarcomas e de câncer em outros tecidos conjuntivos nas áreas irradiadas e também está associada a um maior risco de leucemia e síndrome mielodisplásica. Mas, em geral, esse risco é baixo.

3) Quimioterapia

Há um pequeno risco de desenvolvimento de uma leucemia e síndrome mielodisplásica após a quimioterapia para câncer de mama inicial. O risco acaba sendo maior caso a paciente tenha administrado a quimioterapia e a radioterapia simultaneamente.

4) Tratamento com tamoxifeno

Apesar do uso de tamoxifeno reduzir a chance de recidiva para câncer de mama receptor de hormônio positivo e também reduzir o risco de um segundo câncer de mama, ele no entanto aumenta o risco de câncer de útero (câncer de endométrio e sarcoma uterino).

Mas caso você tome este medicamento, não se apavore! O risco geral de câncer de útero, na maioria das mulheres que tomam tamoxifeno é baixo e alguns estudos mostraram que os benefícios desse medicamento no tratamento do câncer de mama são maiores do que o risco de um segundo câncer.

Como é o acompanhamento após o tratamento?

O acompanhamento após o tratamento é essencial! Deve-se consultar regularmente seu médico para procurar sinais de possíveis recidivas ou disseminação da doença. Nós torcemos para que isso não aconteça, mas é fundamental sempre ficar atenta. O diagnóstico precoce é sempre a melhor saída.

Você também deve seguir as recomendações de rastreamento para a detecção precoce de outros tipos de câncer, como câncer colorretal e câncer de colo do útero. Os exames de rastreamento geralmente podem diagnosticar esses cânceres precocemente, quando são mais fáceis de serem tratados. Em alguns casos, os exames podem até prevenir esses tipos de câncer se as lesões pré-cancerígenas forem diagnosticadas e tratadas precocemente.

Nos sinais de novos sintomas ou problemas que venham aparecer, não hesite em informar o seu médico, porque podem ser causadas pela recidiva da doença, por um segundo câncer ou uma nova doença. Entre os sintomas de câncer de útero está: sangramento menstrual anormal, sangramento após a menopausa ou entre as menstruações.

Existem medidas que você pode tomar para reduzir o risco e permanecer o mais saudável possível. Realizar os exames de rastreamento é uma delas.

Para ajudar a manter a boa saúde, as mulheres que tiveram câncer de mama também devem:

 • Manter sempre um peso saudável;

 • Praticar exercícios físicos, dentro da sua limitação;

 • Ter uma dieta saudável especialmente com alimentos de origem vegetal se possível;

 • Limitar o consumo de álcool a uma dose por dia ou se puder evitar.

Essas dicas podem reduzir o risco de outros problemas de saúde também.

Fontes: Carcer.org e Oncoguia 

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