A importância do teste genético no rastreamento do câncer de mama
O câncer de mama se desenvolve devido a uma mutação genética, que pode acontecer por fatores ambientais, comportamentais e até hereditários. Quando a mulher possui casos de câncer na família, há chances dela desenvolver o câncer de mama hereditário.
Para essas situações, é possível realizar os chamados testes genéticos, que verificam o risco de desenvolvimento da doença e permitem que o médico saiba qual a mutação associada à alteração cancerígena.
Conheça como funciona o teste genético e sua importância no rastreamento do câncer de mama:
O teste genético é indicado para pessoas que possuem familiares diagnosticados com câncer de mama antes dos 50 anos de idade, câncer de ovário ou câncer de mama masculino. Porém, ele também pode ser feito por qualquer pessoa que tenha interesse em se prevenir e cuidar da própria saúde.
O exame é feito por meio da coleta do sangue que, após análise laboratorial, identifica as mutações associadas à predisposição ao câncer de mama. No teste genético, os principais genes avaliados são o BRCA1 e o BRCA2.
Esses genes são conhecidos por serem supressores do tumor, impedindo que as células cancerígenas se proliferem. Quando há mutação nesses genes, suas atividades são prejudicadas e ocorre a proliferação das células tumorais. Consequentemente, eles levam ao desenvolvimento do câncer de mama.
Ou seja: quando há mutações nesses genes, é provável que a pessoa desenvolva câncer de mama ao longo da vida. Portanto, cabe ao médico orientar a paciente sobre medidas de prevenção conforme o risco de desenvolvimento da doença.
Para fazer o exame não é necessário preparação especial e nem jejum.
Quem precisa fazer o teste genético?
De um modo geral, não é todo mundo que precisa fazer o exame. Os principais grupos de risco, que são recomendados a realizar os testes genéticos, são:
• Pessoas que possuem familiares diagnosticados com câncer de mama antes dos 50 anos de idade;
• Pessoas com familiares diagnosticados com câncer de ovário;
• Pessoas com familiares diagnosticados com câncer de mama masculino;
• Pessoas com câncer de pâncreas associado ao câncer de mama;
• Pessoas que possuem familiares com a mutação BRCA1 ou BRCA2 conhecida;
• Pessoas com múltiplos casos de câncer na família.
Por que avaliar prováveis alterações genéticas?
Já pensou em saber as suas chances de desenvolver o câncer de mama e, assim, adotar as práticas mais adequadas de prevenção? Pois é. Principalmente nas famílias em que várias pessoas apresentam a doença, realizar o teste genético para investigar as predisposições e diminuir as incertezas é muito benéfico.
A maior vantagem dos testes genéticos é o rastreio precoce de alterações celulares, evitando o diagnóstico tardio e adiantando os possíveis tratamentos.
Onde realizar o teste genético?
Atualmente, os testes genéticos para a prevenção do câncer não têm cobertura no Sistema Único de Saúde (SUS).
Já no sistema privado de saúde, a Agência Nacional de Saúde (ANS) possibilita a cobertura mínima obrigatória para os planos de saúde realizarem o rastreamento e tratamento de 29 doenças genéticas, inclusive a mutação BRCA1 e BRCA2.
Vale lembrar que os testes genéticos não possibilitam o diagnóstico do câncer, mas sim indicam a probabilidade de desenvolver a doença.
Por isso, realizar exames periódicos e adotar hábitos saudáveis no dia-a-dia continuam sendo atitudes indispensáveis.